terça-feira, 7 de agosto de 2012

Influências da Língua Portuguesa

Sabe-se que a língua Portuguesa (do Brasil) é originária do Português (de Portugal) e, como todo idioma, ela também sofreu uma evolução linguística histórica. A filologia é a área de estudo responsável por trazer informações referentes a essa evolução. Em meados do século XIX, Saussure viabilizou a identificação da linguística histórica estabelecendo assim, uma clara distinção entre SINCRONIA e DIACRONIA. A partir das descobertas deste pesquisador, os estudos dirigidos às mutações sofridas por uma língua diagnosticaram muitas transformações ao longo de décadas. Em geral a resposta para determinados fenômenos linguísticos eram provenientes de estudos detalhados desde a raiz de um dialeto até o contexto da atualidade do mesmo. Logo, os termos diacrônicos de uma língua e seus processos sucessivos de códigos estavam em constante modificação às quais interferiam em um determinado sistema linguístico identificando seus estágios funcionalistas ou estilísticos.

Como todo sistema funcional e vivo, a língua acompanha a evolução de seu meio. Sendo assim, pode-se dizer que em Portugal a língua começou a mudar de acordo com as transformações sofridas no contexto social daquela época. A região de Portugal era cenário de momentos críticos de guerras e imposição de cultura alheia. As disputas territoriais acabaram por evidenciar um povo falante de uma “língua mista”, pois já não era falado nem o latim vulgar e nem o latim culto. Houve a mistura de falares decorrentes do SUBSTRATO.
O substrato era uma imposição dos povos que venciam uma batalha de dominação por territórios. Nesse caso, aos derrotados era imposto o latim vulgar como língua oficial. Consequentemente, estes mesmos povos já falavam uma língua que viria a dar origem a outra, um pouco diferente do latim vulgar. No caso de Portugal, houve a mistura do latim vulgar com a língua imposta aos povos ibéricos e esta sofreu influências de línguas bárbaras e árabes.
No Brasil não houve a imposição do SUBSTRATO linguístico uma vez que quando os colonizadores aqui chegaram existiam os nativos indígenas com sua própria linguagem. Mais tarde, o contato com os negros e moradores de fronteiras também estabeleceu troca de elementos linguísticos. Nessa fusão surgiram os primeiros indícios de variação do Português falado no Brasil para o Português falado em Portugal. A forte influência portuguesa em nossa língua está no fato de o nosso idioma ter fortes traços linguísticos e ser bastante parecido com o idioma falado em Portugal . A diferença pode-se dizer recai na norma coletiva – o que é comum a toda uma nação – e, por conseguinte, seus dialetos e outras influências da linguagem.
No caso dos dialetos, existe em nosso território vasta influência linguística dos falares provenientes principalmente dos imigrantes, povos estes que tanto contribuíram para a transformação da linguagem falada aqui como também deram a ela características típicas. Com todo o histórico da Língua Portuguesa, com o avanço das pesquisas e estudos de evoluções linguísticas é coerente destacar que a língua falada e escrita hoje no Brasil sofreu um grande distanciamento do português europeu. O idioma trazido pelos portugueses começou a perder suas características peculiares a partir do momento em que tanto os colonizadores como os nativos tiveram seus primeiros contatos linguísticos e sociais. Os horizontes de comunicação foram se alargando, se distribuindo por estados e tomando formas peculiares que é possível se falar, hoje, em uma Língua Brasileira.

Mapa Mundi

Número de falantes da Língua Portuguesa no mundo


LugarIdiomaFamíliaEstatuto oficialNúmero de falantes
PortuguêsIndo-europeia, Itálica, RomânicaLíngua oficial em: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e na R.A.E. de Macau.249 milhões de nativos + 20 milhões como segunda língua = 269 milhões no total.

Reportagem Cultura Afro-descendentes

Negros do Mundo
Afro-descendentes de vários países contam como é viver no Brasil

por Luciana Albuquerque
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o Brasil tem a maior população negra fora da África. Segundo a Fundação Cultural Palmares (entidade de defesa da cultura afro-brasileira ligada ao Ministério da Cultura), 44,2% da população brasileira é composta por afro-brasileiros. Mas, apesar da "africanidade" visível em nossa cultura, os estrangeiros que aqui moram ainda acham tudo muito estranho. Parecido mesmo só a alegria do povo. Isso é unânime! É tanto encanto que muitos chegam e não voltam mais para sua terra natal. E de coração aberto, o Brasil acolhe a todos
foto Arquivo Pessoal
Guiné-Bissau/Minas Gerais
Com o único objetivo de estudar, o africano Samba Candé, de 24 anos, deixou o seu país para viver na histórica São João Del Rey, em Minas Gerais. "Fui selecionado para a Universidade Federal através do Convênio do Programa de Estudantes Estrangeiros do Curso de Graduação (PEC-G), que envolve alguns países da África e da América Latina. Estou muito orgulhoso por isso", conta. Morando no Brasil há quatro anos e meio, Cande - um observador nato - já percebeu as diferenças entre os dois países e, segundo ele, são muitas. "Embora digam que o Brasil tem um pé na África, a diferença ainda é enorme em termos de cultura. Alguns Estados, como a Bahia, podem ser considerados uma parte da África, mas o Brasil tem uma cultura mais liberal e ousada. Na África a variedade é grande, mas com certas restrições, dependendo da tribo. Agora, uma das semelhanças que encontrei aqui é que tanto no Brasil como na África tem espaço para todo o mundo", comemora. Ele mora em uma república com dois brasileiros e outro africano e pretende voltar para a Guiné-Bissau assim que se formar. Orgulhoso de sua origem, o estudante mata a saudade pensando nos amigos e na família e vai na contramão da maioria dos estrangeiros que chegam por aqui. "Onde nascemos e crescemos é sempre melhor do que qualquer lugar do mundo". Candé é um jovem viajado e em suas andanças por 14 países da África Ocidental diz nunca ter sofrido preconceito. Por lá, o que mais incomoda é a rivalidade entre as tribos. Em Guiné-Bissau, segundo ele, o assunto racismo já está superado, "por se tratar de um país em busca de paz e estabilidade". Mas é fato que no Brasil as coisas são bem diferentes. "É um preconceito disfarçado de peruca e com falsa identidade", dispara o estudante.

Número de falantes em cada país da Língua Portuguesa

População dos países e jurisdições de língua oficial ou cooficial portuguesa


Gráfico de setores ilustrando a porcentagem de falantes do português por país.
Segundo dados estatísticos oficiais e fiáveis dos respetivos governos e seus institutos nacionais de estatística, a população de cada uma das nove jurisdições é a seguinte (por ordem decrescente):
  • Brasil: 190 755 799 (resultados definitivos do Censo de 2010);
  • Moçambique: 20 366 795 (resultados definitivos do Censo de 2007),
  • Angola: 15 116 000 (estimativa do governo. Angola não realiza um censo há muitas décadas, estando o próximo previsto para 2013);
  • Portugal: 10 555 853 (resultados preliminares do Censo de 2011);
  • Guiné-Bissau: 1 520 830 (resultado definitivo do Censo de 2009);
  • Timor-Leste: 1 066 582 (resultados preliminares do Censo de 2010);
  • Guiné Equatorial: 616 459 hab (Censo de 2008)
  • Macau: 558 100 (estimativa do 2.° trimestre da DSEC do Governo da RAE de Macau. O resultado do Censo de 2011 ainda está sendo tabulado);
  • Cabo Verde: 491 575 (resultado preliminar do Censo de 2010)
  • São Tomé e Príncipe: 137 599 (resultados do Censo de 2001 divulgado em 2003)

Mapa dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)
Com esses dados acima expostos constata-se que o número de falantes do espaço lusofóno seja de aproximadamente 241 milhões de pessoas.
Poderá acrescentar-se a esse número a imensa diáspora de cidadãos de nações lusófonas espalhada pelo mundo, estimando-se que ascenda aos 10 milhões (4,5 milhões de portugueses, 3 milhões de brasileiros, meio milhão de cabo-verdianos, etc.), mas sobre a qual é difícil obter números reais oficiais, incluindo-se nisso a obtenção de dados porcentuais dessa diáspora que fala efetivamente a língua de Camões, uma vez que uma porção significativa será de cidadãos de países lusófonos nascidos fora de território lusófono descendentes de imigrantes, os quais não necessariamente falam o português. É necessário ter-se igualmente em conta que boa parte das diásporas nacionais já se encontra contabilizada nas populações dos países lusófonos, como por exemplo o grande número de cidadãos emigrantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs) e brasileiros em Portugal, ou o grande número de cidadãos emigrantes portugueses no Brasil e nos PALOPs.
A língua portuguesa está no cotidiano de 241 milhões de pessoas, que têm contato direto ou indireto legal, jurídico e socialmente com a língua portuguesa, podendo tal contato consistir do idioma no dia-a-dia, passando pela educação, pelo contato com a administração local ou internacional, pelo comércio e/ou serviços, ou até mesmo consistir do simples vislumbre de sinalética, informação municipal e publicidade em português.
Cabe notar ainda o importante aumento e a consolidação da população das várias jurisdições para números arredondados facilmente identificáveis: Portugal Continental com 10 milhões e Açores e Madeira contabilizando já meio milhão juntos; o Brasil passa dos 190 milhões, Moçambique dos 20 milhões, Angola dos 15 milhões, Guiné-Bissau 1,5 milhão, o grupo insular africano Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, que têm 1 milhão, Timor-Leste, que também tem praticamente a mesma população, e Macau com 500 mil. Números recentes e reais que, individualmente e em conjunto, fortalecem as suas nações, as identidades lusófonas e a língua portuguesa no panorama internacional.

Português como língua estrangeira

O ensino obrigatório do português nos currículos escolares é observado no Uruguai e na Argentina.Outros países onde o português é ensinado em escolas, ou onde seu ensino está sendo introduzido agora, incluem Venezuela, Zâmbia, Congo,Senegal, Namíbia, Suazilândia,Costa do Marfim e África do Sul.

Origem da Língua Portuguesa

A história da língua portuguesa é a história da evolução da língua portuguesa desde a sua origem no noroeste da península ibérica até ao presente, como língua oficial falada em Portugal e em vários países de expressão portuguesa. Em todos os aspectos - fonética, morfologia, léxico e sintaxe - o português é essencialmente o resultado de uma evolução orgânica do latim vulgar trazido por colonos romanos no século III a.C., com influências menores de outros idiomas.
O português arcaico desenvolveu-se no século V d.C., após a queda do Império Romano e as invasões bárbaras, como um dialecto românico, o chamado galego-português, que se diferenciou de outras línguas românicas ibéricas. Usado em documentos escritos desde o século IX, o galego-português tornou-se uma linguagem madura no século XIII, com uma rica literatura. Em 1290 foi decretado língua oficial do reino de Portugal pelo rei D.Dinis I. O salto para o português moderno dá-se no renascimento, sendo o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (1516) considerado o marco do seu início. A normatização da língua foi iniciada em 1536, com a criação das primeiras gramáticas, por Fernão de Oliveira e João de Barros.
A partir do séc. XVI, com a expansão da era dos descobrimentos, a história da língua portuguesa deixa de decorrer exclusivamente em Portugal, abrangendo o português europeu e o português internacional. Em 1990 foi firmado um tratado internacional com o objetivo de criar uma ortografia unificada, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, assinado por representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.vv